A 10ª FLAPOA foi dividida em três dias: uma roda de conversa como abertura seguida de dois dias de feira. No segundo dia, sábado 27/11, a feira aconteceu na escola de samba Acadêmicos da Orgia, que tem um Zé Carioca pirata de mascote! Aqui ele já estava parcialmente coberto pela faixa da feira, que estava linda, uma serigrafia enorme!
A serigrafia dos punks também estava linda, na próxima feira vou ter que levar uma bandeira serigrafada com o controle derretido da Menos Playstation, vai ficar irado!
Pra compensar a feira de 2019, tirei bastante foto dessa vez. Tinha várias faixas, todas muito bonitas, com mensagens políticas, só ideia quente. É muito revigorante poder dar lugar ao videogame nesse contexto político e estético, longe das papagaiadas liberais da hegemonia indie e da cafonice gamer.
O Pirata de Prata estava mais compacto. Trabalhei só com metade da antiga estrutura de madeira e acrescentei dobradiças pra que pudesse ficar em pé como um biombo e ser fechado como uma maleta. Usei um monitor menor que pudesse carregar na mochila, de 10 polegadas, e acrescentei um truck de skate pra poder arrastar ele pela rua.
Projeto do gabinete modelo maleta/biombo |
Vídeo demonstrando o modelo de gabinete:
Modelo do primeiro formato de gabinete, pra fins de comparação. |
Janos testando o gabinete no dia 25. |
Janos Biro, amigo de longa data e colega joguinista, esteve em Porto Alegre pra participar da feira com sua editora Contraciv. Acompanhou boa parte do processo de confecção do Pirata.
Pirata de Prata instalado na feira, com decoração de papel e tecido. |
O Pirata foi jogado durante toda a feira, que começou às 10h da manhã (desinstalei o gabinete às 18h30). Participei de outras atividades ao longo do dia, então não pude acompanhar todo o movimento ao redor do gabinete, mas sempre tinha alguém jogando, pessoas de várias idades e gêneros. Teve um menino que ficou quase o dia todo jogando na máquina. Dava uma sumida pra brincar, aí voltava sempre com um amiguinho ou amiguinha diferente, eventualmente também apresentava o jogo a um adulto. Um jogo arcade deve cansar o jogador rapidamente e liberá-lo pra outras atividades, não sendo muito longo pra que o jogo não consuma o jogador. Deve ser um facilitador social, uma oportunidade de lazer coletivo, e não uma máquina lucrativa que se serve dos jogadores. A máquina estava rodando a versão de Mega Drive dos Telethugs, programada pelo Laudelino, direto do console (um Mega Drive III, bem compacto, perfeito pra levar na mochila). Não cobrei fichas e o dia foi de prejuízo, mas vendi alguns livros, jogos e zines no dia seguinte (que já se transformaram em outros livros na própria feira), já sem o gabinete. Foi um sucesso, eu diria.