sábado, 25 de maio de 2019

Reflexões sobre a estreia pública do Pirata de Prata.

Este post foi originalmente publicado como thread do Twitter no perfil pessoal de Pedro Paiva.

Pirata de Prata no Centro Cultural da UFRGS durante a Feira Quadrúpede, foto de Vinícius Machado.
O Pirata de Prata esteve na Feira Quadrúpede nos dias 17 e 18 de maio, uma feira gráfica aprovada por edital pra acontecer na UFRGS. Bem balbúrdia mesmo. A máquina foi bastante jogada! Saíram 53 fichas, fora as cortesias do primeiro dia, que eu não contei. A maioria não conhecia o Pirata ou o Menos Playstation.


O jogo da vez foi o Telethugs, um sucesso! Os jogadores ficaram emocionados de primeira com "as lixeiras que parecem as de Porto Alegre!", ouvi muito esse comentário. O Smilinguido da UPP também pegou o pessoal de jeito.

foto de Vinícius Machado

A presença do videogame independente numa feira gráfica é muito diferente do "mostre e conte" que acontece tradicionalmente nos eventos liberais, que são dedicados a outros "devs", todos mirando no sucesso internacional e na distribuição online.


O contato dos devs com o jogo dos colegas não é emocionado, é uma aproximação estudiosa, fria. E infrutífera pra cena, que permanece fechada em si mesma e não se fortalece no local. O videogame independente tem que sair mais de casa e sem ser pra pegar avião.

foto de Vinícius Machado
O jogo tava bugadaço, acabei encurtando o processo de polimento porque queria ele na feira. Ninguém reclamou, os jogadores que não são gamers folgados encararam os bugs com simpatia. Entenderam que o bug compunha regras de jogo e registrava o meu trabalho artesanal.

Desconfio também que o jogador fica mais tolerante com qualquer coisa que aconteça dentro de um gabinete tão adoravelmente desengonçado como o Pirata de Prata. Nada muito clean ou de flow perfeito pode sair dali. Daí a importância do gabinete como objeto. Que, mais uma vez, compõe no visível o caráter artesanal do videogame independente.

O que dá pra tirar da estreia pública do Pirata: a cidade tá pronta pro videogame independente, é só a gente parar de sonhar com a mansão do Notch e construir nossas pontes.


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