domingo, 22 de setembro de 2019

Itinerância 22/09/2019, Retrô Game World I/Séu

Pirata de Prata indo pra rua pra fazer o certo.
No dia 22 de setembro de 2019 o Pirata de Prata participou do primeiro Retrô Game World, uma feira de videogames usados, memorabilia, quadrinhos etc. que acontece no Séu, um centro cultural da zona sul. Fiquei na área da "locadora", um salão amplo com consoles onde aconteceu o campeonato de Ultimate Mortal Kombat 3.

Foi o evento em que o Pirata de Prata foi menos jogado até agora, o que é curioso porque é o primeiro evento focado em videogames. Isso pode ter acontecido por causa do aparente preço alto da máquina, embora o passe de dois reais desse acesso a fichas infinitas. Esse sistema ficou meio confuso, eu mesmo achei difícil de explicar. 
Ao longo do dia fui descobrindo que fazia mais sentido chamar o sistema de "ficha no controle" (o comando da inserção da ficha estava setada pra um dos botões do controle ao invés do ficheiro de verdade, me impedindo de controlar o acesso do jogador). Optei por ele porque não tive tempo de fazer a manutenção do ficheiro no dia anterior.


Na lareira um Nintendo Wii e nas mesas: Super Nintendo, Nintendo 64 e Mega Drive.
Outra explicação pode ter a ver com o interesse dos jogadores que estavam muito mais voltados aos videogames "nostálgicos" - o que afinal de contas era a proposta do evento e o Pirata de Prata estava um pouco fora de contexto mesmo. Ninguém esperava encontrar ele lá e parecia meio errado jogar ele, até. Mas mesmo com apenas quatro pessoas jogando (um amigo meu e três crianças - as crianças não experimentam o videogame como nostálgico, já que tudo é novidade pra elas), muitos ficaram curiosos o suficiente pra tirar uma foto ou me perguntar o que era aquilo. O que me lembra que preciso de um cartão.

O que eu não esperava encontrar era um colega de cena - e vendendo numa feira de games outras coisas que não eram seus games! Descobri que o Tio dos Botons e um dos organizadores do campeonato de Mortal Kombat também fazia jogos. É dele o Resident Evil RPG Rebirth, demake do primeiro Resident feito em RPG Maker. Ele me contou que fazia videogame quase como se tomasse um susto, como se de repente fosse uma possibilidade ele estar ali pelo videogame que faz e não pelos botons - nada contra os botons, eles pagam as contas e não fazem mal a ninguém. Mas os videogames podem pagar as contas também.

O fangame de RE é um ambicioso disparate: ser o mais completo em conteúdo, mesmo em comparação com as moderníssimas versões em 3D da franquia, reunindo elementos dos vários remakes e ports e até dos livros baseados no jogo. Você quer o Resident Evil mais robusto já feito? Não é a Capcom que vai te dar. Mas será que a Capcom pode te tirar? Depois de ele ter me confessado a autoria do jogo, perguntei por que não estava vendendo o demake na feira, e aí vieram as preocupações sobre a legalidade de se vender um jogo violando propriedade intelectual, os riscos de ser processado etc.


Não é louco o quanto as empresas conseguiram se desmaterializar na internet pra estar em todos os lugares ao mesmo tempo através da publicidade, e agora a gente sente como se elas estivessem sempre lá fora da internet também, nos vigiando enquanto fazemos cocô como se fossem anjos da guarda? Seria muito improvável a Capcom ficar sabendo de meia-dúzia de CDs bootleg distribuídos numa feira na zona sul de Porto Alegre, Brasil. Esse é um risco que só faz sentido nas nossas cabeças internéticas. Na internet, é claro, tudo é mais encontrável (se você estiver procurando).

4 comentários:

  1. É, pra além da confusão dos créditso da máquina acho que o "deslocamento" que o Pirata causou no ambiente foi um fator mais determinante. Até aqui tuas sa´dias de campo levam a pensar que o interessante é buscar mesmo o público "não gamer", ou que não se identifique sob esse rótulo de nicho.

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    1. Sim, o jogador não-gamer é mais aberto àquilo que não se parece exatamente com o que o youtuber disse que é videogame.

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  2. esse rolê da preocupação com a presença corporativa é foda. como o poder dessas empresas, na hora em que caem em cima de alguém, é tão absurdamente fora de escala, mesmo um risco mínimo de que aconteça fica enorme. e isso é um atraso tremendo.

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    1. Sim, mas essas empresas não estão offline, não tem uma Capcom no bairro. Temos uma vantagem local pra compensar a desvantagem online.

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Skull